terça-feira, dezembro 3, 2024
Feira do Livro 2024

A praça se enche de graça: abertura da  51ª Feira reverencia trajetória de homenageados 

Se já no início da tarde a Praça Saldanha Marinho encontrava-se cercada de livros, foi na noite desta sexta-feira (23) que a literatura, a música e a educação se encontraram no palco do Theatro Treze de Maio durante a abertura da 51ª  Feira do Livro de Santa Maria.

Com auditório lotado, os homenageados e a patronesse desta edição tiveram suas trajetórias reverenciadas durante cerimônia conduzida pela jornalista Letícia Sarturi. 

“É o momento de virar mais uma página, jogar luz a uma nova metade de século para criar uma história cada vez mais especial de valorização e potencialização da arte, cultura, leitura e dos livros. Elementos que nos constituem enquanto humanidade novamente. Estamos felizes em afirmar que mais uma vez tem um livro na praça”, anunciou Letícia durante a apresentação da 51a edição. 

No país em que a educação tem sido o principal elo para o futuro, é nessa ponte que os educadores Amanda Scherer, patronesse da Feira, Aristilda Rechia, homenageada póstuma, e Enio Guerra, professor homenageado, construíram e constroem os alicerces do futuro santa-mariense.

Enquanto a escrita de Aristilda encontra-se com a musicalidade de Enio, a linguística e a preservação da memória de Amanda conectam esses elementos, garantindo que a herança cultural e educacional seja transmitida e valorizada.

Em palco, Júlio Arilon de Bittencourt , filho de Aristilda Rechia, homenageou a mãe para além da poetisa, escritora, educadora, declamadora e criadora do hino santa-mariense. Em suas palavras, ele buscou rememorar a figura que deixou para a família os ensinamentos do amor e de valores.

“O marco dela era a palavra. A poesia e as músicas eram marcantes, principalmente pelas paródias que ela gostava de fazer (como homenagem) em todos os eventos, fosse  aniversário ou formatura, ou alguém que passou no vestibular, ou que foi para outro local. A paródia era a marca registrada em que ela transmitia com a sua poesia o amor que ela tinha com os seus familiares”, lembra Júlio.

Júlio Arilon de Bittencourt , filho de Aristilda, homenageou a mãe no palco 

 

Ao apresentar sua trajetória de vida, Enio Guerra expôs seus caminhos que mesclam com a história de Santa Maria. Além de sua dedicação enquanto professor universitário, sua figura foi marcante para o desenvolvimento musical da cidade e região.

“Os livros e uma boa leitura estão em toda a fundamentação de qualquer profissão. São essenciais para o crescimento intelectual individual e também coletivo, e para a profissão escolhida e praticada. Não adianta só escolher uma profissão. Tem que praticar essa profissão”, reflete Enio.

 

O professor homenageado da Feira, Enio Guerra, lembrou a trajetória de vida

 

“A praça que se enche de graça”. Foi assim que a patronesse Amanda Scherer manifestou seu encantamento durante o período de Feira do Livro ao citar um poema de Aristilda Rechia em sua fala, homenageando a escritora.

“O livro para mim é uma espécie de alter-ego. É com ele que consigo ser o que sou, que consigo amadurecer meu caminho a entender o outro, entender onde vivo e a razão para continuar vivendo. Sem o livro, sem a leitura, sem aquele que escreve e aquele que lê, o mundo se torna obsceno, raivoso, machista e racista”, cita Amanda.

A patronesse da 51ª edição  é a professora Amanda Scherer

 

Homenagem musical

Durante a tarde, a Banda de Música da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos de Santa Maria (EsFAS) também prestou homenagem a Aristilda Rechia, que foi professora da instituição e responsável pela letra da Canção da EsFAS ao lado de Major Setembrino, responsável pela música, mesma parceria que criou o Hino de Santa Maria.

Para o maestro da Banda,  sargento Jeferson dos Santos,  o legado de Aristilda segue vivo dentro da Brigada Militar de Santa Maria.

“Ela fez muito como professora da Escola de Sargento. Quando escreveu a letra da canção do nosso corpo de alunos, ela sabia o que estava escrevendo. Ela tinha a vivência. Temos só que agradecer por todo esse legado que ela deixou para nós, como banda da Brigada. Isso nós iremos manter sempre vivo porque através dos anos. A gente tem essa alegria de saber que o que ela deixou para nós será atemporal”, destaca Jeferson.

 

Texto: Nathália Arantes

​​Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa

Fotos: Ronald Mendes