O PATRONO DA FEIRA 2020

 

Guido Cechella Isaia.editado
Guido Cechella Isaia – Foto: Arquivo Pessoal

Guido Cechella Isaia, 81 anos, é casado com Norma Beatriz da Fonseca Isaia, pai de Guido Junior e Beatriz Fonseca Isaia. Ele é um dos filhos de Salvador Isaia, que consolidou a empresa Eny Calçados como uma das maiores do seu ramo no Rio Grande do Sul. Desde cedo, por volta dos 15 anos, começou a ajudar a família na empresa, e desde então fez da família Eny Calçados o seu maior empreendimento, tendo passado pelas mais diversas funções e estando atuante até hoje, como um dos diretores da empresa e como presidente da Fundação Eny, que idealizou e criou.

Mas sua atuação não está ligada apenas à área empresarial. Como muitos dos santa-marienses, foi aluno do Colégio Marista Santa Maria, onde se formou Contador, tocou na banda da escola, e tem lembranças como tomar Cyrillinha e frequentar os cinemas que marcaram época na cidade. Também acompanhou o apogeu e a derrocada da Viação Férrea e as diferentes transformações pelas quais Santa Maria passou nas últimas oito décadas. Foi um dos diretores da Rádio Imembuí, um dos presidentes da Associação Cultural Orquestra Sinfônica de Santa Maria, e não se contentou em ver o tempo passar, encarregou-se de transformá-lo em memórias. Com seu avô José, um fotógrafo vindo da Itália, e com seu pai, Salvador, que era um apaixonado pela fotografia, adquiriu o hábito de fotografar. Mais do que simplesmente registrar a cidade, para ele, essa sempre foi uma atividade que envolveu muito sentimento e afeto.

Além das fotografias, Guido e seu pai fizeram filmes que hoje são verdadeiras relíquias do passado de Santa Maria. Do alto do Edifício Mauá, registraram o povo da cidade, as procissões, nas festas da Eny, cuidadosamente filmadas, deixaram guardada a lembrança de uma empresa que hoje tem 95 anos de história, nos momentos em família, filmaram os trajes de época, as brincadeiras das crianças, os costumes do passado da cidade. E, ainda, fizeram um filme amador chamado A Pandorga, considerado uma raridade por ser um filme de família com roteiro.

Acompanhando o pai na Eny Calçados, Guido Isaia aprendeu a importância de uma empresa pensar em sua relação comunitária, fazendo doações, para instituições sociais, investindo no esporte, nas ações sociais, na educação, e, principalmente na Cultura. Foi assim que, em 1994, deu asas a seu sonho de uma cidade que incentiva a cultura, o esporte, as causas sociais com a Fundação Eny. Para que se tenha ideia, a fundação, hoje tem um acervo de mais de 22 mil fotos, além de vídeos, câmeras fotográficas e objetos que ajudam a reconstruir o passado da família Isaia, da Eny Calçados e, não podia ser diferente, da cidade de Santa Maria. Apesar de nunca ter publicado um livro de sua autoria, já incentivou diversos outros autores, não apenas dando entrevistas sobre o passado da cidade, mas, diretamente por meio da Fundação Eny, publicando sete obras sobre diferentes temas, especialmente memória, seja da empresa, seja da cidade e de quem nela vive. Além disso, muitos outros livros já receberam apoio, isso sem contar o patrocínio a espetáculos de teatro de artistas locais e com funcionários da própria Eny Calçados, para a dança, para filmes como Manhã Transfigurada e Depois do Fim e projetos como o Mala de Leitura, que promove a leitura com crianças e tem selo da Unesco, e como a oficina de gaiteiros que ensina que música não é “apenas” arte, mas também cidadania.

Cultura sempre foi algo que interessou muito a Guido Isaia, e hoje, aos 81 anos, ele se orgulha em acreditar e apoiar Santa Maria a ser uma cidade que investe em cultura, para que assim se torne um lugar ainda melhor para se viver.


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