sexta-feira, novembro 8, 2024
Feira Do Livro 2017TODAS EDIÇÕES

O JORNALISMO SE REINVENTA

O Colóquio Novas Formas de Fazer Jornalismo encerrou a noite fria e chuvosa de segunda feira, dia 8, oferecendo um bate papo rico em curiosidades e inspirações para os amantes da profissão no Theatro Treze de Maio. O Colóquio, proposto por Marcelo Canellas, contou com a presença da Cláudia Schulz, integrante da Mídia Ninja; Caio Cavechini, que trabalha no Profissão Repórter e Sérgio Lüdtke, do Interatores, uma escola de consultoria em mídias digitais de Porto Alegre. A mediação foi feia pela professora do Departamento de Comunicação da UFSM, Laura Storch.

A atividade paralela à Feira do Livro 2017 foi organizada pela TV OVO, com apoio dos cursos de Jornalismo da Unifra e UFSM.  O bate papo buscou abordar as mudanças que estão acontecendo nas formas de consumir e fazer jornalismo devido ao advento da internet. Cláudia Schulz, ativista do movimento social Fora do Eixo, e integrante da Mídia Ninja, cuja sigla significa narrativas independentes de jornalismo em ação, contou um pouco sobre o funcionamento e organização do site, quem em meio ao que ela chamou de guerra narrativa, busca dar vez e voz ao Brasil profundo e suas lutas com pouca visibilidade.

Esse movimento de comunicação nas redes e nas ruas se intensificou ainda mais em 2013, com os protestos contra o aumento da passagem, e desde então a Mídia Ninja procura dar vez e voz à essas ações, pois eles defendem o ideal de uma comunicação democrática. Onde as pessoas possam ter os diversos lados de um fato e possam assim decidir por si próprias o que pensam e como se sentem sobre isso, sem precisar seguir o que as mídias de massa (grandes empresas de comunicação) decidem propagar como verdade absoluta de acordo com a sua linha editorial.

Caio Cavechini trouxe para o debate a sua experiência com matérias que buscam demonstrar os personagens da história em ação. É uma ideia ainda em teste no jornalismo, pois procura abordar pautas que fogem do convencional. Partindo do desafio “não me conte, me mostre”, ele explicou que após uma consultoria com um roteirista, o programa entendeu que tinha ali uma grande oportunidade: a chance de construir uma história trabalhando novas narrativas, fugindo do ordinário.

O repórter falou também sobre o momento difícil que o jornalismo está passando, onde é cada vez mais difícil abordar temas considerados polêmicos, sem que essa iniciativa incentive o ódio. Ele pergunta: “como a gente pode tocar uma pessoa até o ponto de ela aceitar falar sobre algo que não lhe agrada?”. E revela também que o segredo disso é trabalhar na ordem de interesse na hora de contar essas histórias para que assim, haja um melhor aproveitamento do material obtido, quando o ouro é conquistado aos poucos, e não entregue de bandeja.

O bate-papo também trouxe um jornalista que quase se tornou engenheiro. Sérgio Lüdtke, com toda sua experiência na RBS, Editora Globo e atualmente na Interatores, uma escola de consultoria de mídias, dividiu o seu conhecimento com o público, que o assistia sedento por qualquer dica que ele pudesse oferecer para esses tempos de crise.

A dica de Sérgio foi: jornalistas independentes, pensem mais em seus negócios! Chequem os fatos, aprimorem seus conhecimentos na plataforma digital, ofertem um produto de qualidade e não tenham medo de testar. O jornalismo ainda tem muito medo de errar, e isso precisa ser superado,  pois é dessa forma que novas formas de produção e conteúdo são descobertas e se tornam bem sucedidas: testando!

Jornalistas discutiram as novas possibilidades para a profissão. (Foto: Ronald Mendes/Especial para o Diário)
Jornalistas discutiram as novas possibilidades para a profissão. (Foto: Ronald Mendes/Especial para o Diário)

Texto elaborado pelo acadêmica Thayane Rodrigues/ Jornalismo – UNIFRA
Prof. responsável: Jornalista Bebeto Badke (MTB 5498)

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