quarta-feira, setembro 18, 2024
Feira do Livro 2024

Literatura que educa com afeto para a diversidade no Livro Livre

A primeira noite de Livro Livre da 51ª Feira do Livro de Santa Maria, realizada nesta sexta-feira (23), no Theatro Treze de Maio, recebeu a escritora, educadora, empreendedora e empresária Janine Rodrigues. O bate-papo foi mediado pela advogada e professora universitária, Deborá Evangelista.

Autora de oito livros, Janine começou a escrever ainda na infância. Cansada de receber “nãos”, montou sua própria editora e produtora cultural, a Piraporiando, para publicar livros que abordam a diversidade, educação antirracista, combate ao preconceito e bullying. Durante o bate-bate do Livro Livre, a escritora contou ao público que o interesse pela literatura surgiu do incentivo que recebeu da família. 

Tive a  alegria de nascer e ser educada em uma família que sempre valorizou arte, cultura e educação. Sempre tive muito espaço para criar e havia uma valorização do brincar. Dos oito livros que tenho publicados, seis foram escritos antes dos meus 14 anos. Minha mãe teve um papel fundamental, pois guardou todas as histórias”, comentou Janine. 

Deborá Evangelista mediou o Livro Livre com a escritora Janine Rodrigues

 

Formada em Gestão Socioambiental, trabalhou por 12 anos na área ambiental, onde atuou  junto a comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Desta experiência, também surgiu a necessidade de falar sobre a diversidade. Janine compartilhou um pouco sobre a história de cada um de seus livros e salientou que “NUANG – Caminhos da Liberdade”, tem uma grande importância. Esse é o livro mais vendido da autora e está esgotado.

“NUANG fala sobre o povo negro e as culturas afro-brasileiras, conta um pouco sobre o povo lutando e como estão tentando até agora voltar pra casa. Escrevi essa história dos nove aos 14, inspirada em conversas que tive com minha avó, uma mulher que falava em Zulu e Swahili, duas línguas africanas”, explicou Janine. 

Escrever para educar com afeto é o que faz Janine feliz, assim como ir até às escolas contar suas histórias. As obras são fundamentais para transformar a vida de milhares de crianças no Brasil. 

“Mesmo com tantos desafios sociais, eu gosto muito da escola, pois é um espaço fértil para aprender sobre diversidade. A escola tem um papel muito importante, é neste local que as crianças encontram com outras que têm diferentes histórias, famílias, religiões e cores”, relata a escritora. 

Para encerrar o bate-papo da noite, Janine deixou uma mensagem para o público sobre antirracismo. 

“Seja antirracista! Não é fácil, nós vamos descobrindo aos poucos nossos limites e falhas, vamos errar durante o processo e a responsabilização também faz parte. Para as pessoas negras, não adoeça tentando ensinar o outro a não ser antirracista, esse não é o seu papel, seu papel é estar vivo”, conclui a convidada.

 

Texto: Heloisa Helena Canabarro (Mtb: 21.562)

​​Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa

Fotos: Ronald Mendes