quinta-feira, agosto 28, 2025
Feira do Livro 2025Livro Livre

“Meu assunto é a vida”, afirma Letícia Wierschowski durante bato-papo no Livro Livre

A segunda noite do Livro Livre, neste sábado (23), contou com a presença da escritora e roteirista Letícia Wierschowski, autora de dezenas de romances, livros infantis e roteiros para cinema e televisão. Durante a conversa com o público, no Theatro Treze de Maio, a gaúcha de Porto Alegre falou sobre carreira, inspirações, processo criativo e projetos para o futuro.

Simpática e acessível, a romancista respondeu perguntas da plateia, compartilhou experiências pessoais e profissionais, deu dica de livros e agradeceu a oportunidade de estar presente na 52ª Feira do Livro de Santa Maria.

Letícia Wierzchowski
Foto: Ronald Mendes

Viver de escrita

Ao longo do bate-papo, Letícia explicou como é sua rotina para a criação de personagens e histórias que, há 25 anos, ganham novos leitores e prêmios, entre eles um Jabuti (Categoria infantil para a Era outra vez um gato xadrez, em 2009) e um Açorianos (Categoria narrativa para o longa Neptuno, em 2012).

Obras de Letícia também receberam o selo “Altamente recomendável”, concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. É o caso de O Dragão de Wawel e outras lendas polonesas (2006) e Todas as coisas querem ser outras coisas (2007).

“Minha rotina de trabalho requer planejamento e organização. Divido meu processo de escrita em 20% do tempo para reler o que produzi no dia anterior e 80% para pesquisar e escrever”, disse.

A escritora admite que atualmente vive da escrita, mas não esquece que o início da trajetória foi de muito trabalho, erros e acertos. Para a autora de Uma ponte para Terebin (2005), obra que mescla fatos históricos com a vida do avô, imigrante polonês no início do Século XX e sua chegada ao Brasil, a literatura foi um processo de autodescobrimento.

Letícia Wierzchowski
Foto: Ronald Mendes

Livro que virou série

Após publicar seu romance de estreia, O anjo e o resto de nós (1998), a gaúcha precisou de apenas quatro anos para lançar seu livro mais conhecido: A casa das sete mulheres (2002), cujo pano de fundo é Guerra dos Farrapos (1835 a 18545), contada sob a ótica feminina, mostrando o papel das mulheres nos bastidores da guerra civil gaúcha.

Em 2003, o livro foi adaptado para a televisão por Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão. Com direção-geral de Jayme Monjardim e Marcos Schechtman, a série de 52 capítulos esteve na programação da Rede Globo, em horário nobre.

O produção audiovisual também foi exibida em mais de 40 países. No Brasil, o sucesso da série fez com que o livro de Letícia Wierschowski vendesse mais de 30 mil exemplares em uma semana.

Letícia Wierschowski
Foto: Ronald Mendes

Papel da literatura

Letícia Wierschowski tem opiniões claras sobre o ofício de escrever e sobre a importância dos livros. “A vida, às vezes, é muito malvada. A literatura existe pra gente se vingar”, afirmou.

Analisando a projeção que seu trabalho como escritora tem no mundo, a convidada explicou que se pauta pela liberdade para produzir seus livros. Sobre ser rotulada como “escritora de livros sobre a história do Rio Grande do Sul”, disse:

“Meu assunto é a vida. Eu tenho liberdade para escrever. Não quero ficar em um tema único. Em primeiro lugar, sou uma romancista. Eu conto as histórias que me interessam, na hora que elas me interessam. Não pretendo erguer uma bandeira dizendo ‘sou defensor da cultura polonesa, das mulheres gaúchas’, não. Eu sou uma defensora da verdade, da justiça, dos direitos iguais. Eu me apaixono pela história e escrevo sobre ela”.

Letícia Wierschowski
Foto: Ronaldo Mendes

Próxima atração do Livro Livre

No domingo (24), o Livro Livre apresenta o painel “Vida e Obra de Erico Verissimo”, um mergulho na trajetória de um dos maiores escritores brasileiros. Por meio de fotos, vídeos e reflexões sobre sua produção literária — com destaque para os livros infantis —, a atividade explora como a vida do autor se entrelaça com sua ficção.

A atividade será mediada pelos professores e escritores Gerson Werlang e Pedro Brum que conduzirão uma conversa sobre os bastidores da escrita, os projetos de roteiros, o poder das palavras e a importância da leitura para transformar e compreender o mundo.

programação do Livro Livre é gratuita, sempre às 19h  (exceto dia 03 de setembro) no Theatro Treze de Maio. Convites devem ser retirados no dia de cada evento, diretamente na bilheteria, na Praça Saldanha Marinho, s/n° (Centro).

Texto: Ana Bittencourt (MTB 14.265)
Jornalista responsável: Liciane Brun (MTB 16.246)

 

A 52ª Feira do Livro de Santa Maria é uma realização da Prefeitura de Santa Maria, por meio das Secretarias de Cultura e de Educação, contamos também com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, em parceria com instituições fundamentais para o fortalecimento da cultura e da educação em nossa cidade: CESMA, Câmara do Livro, 8ª Coordenadoria Regional de Educação, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Franciscana (UFN) e Instituto Federal Farroupilha (IFFar).

A produção cultural fica com as produtoras Denise Copetti Produções e da Plano Comunicação e Eventos. O incentivo cultural é oferecido por empresas que acreditam e investem na cultura local: AR2Z Construções e Incorporações, Rede Vivo, Simplimed, Construtora Rubin, Unimed Santa Maria e Clínica Viver.

Apoio da Gráfica Pallotti, Ellas Art’Decor, Santino Artisan Gelato, BANRISUL, Ciryla Refrigerantes, SEDUFSM e APUSM.
O patrocínio, por sua vez, é fruto da confiança de grandes empresas da nossa região: CORSAN, Arroz Rei Arthur, Grupo Felice e Santa Lúcia Distribuidora. O financiamento vem por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Santa Maria e do Sistema Pró-Cultura – Governo do Estado do Rio Grande do Sul.