MINECRAFT: DOS GAMES À LITERATURA
Se você é apegado apenas à literatura tradicional, não muito ligado em tecnologia ou mesmo adulto, o maior fenômeno da Feira do Livro 2016 pode estar lhe passando despercebido. Desde o primeiro dia, três, dos cinco títulos mais vendidos falam do mesmo tema: o jogo eletrônico Minecraft.
Imagine aqueles brinquedos de montar blocos, como Lego, mas com peças infinitas. Adicione ingredientes tradicionais dos jogos de RPG, como itens e monstros, e você tem a premissa do jogo Minecraft, disponível para computador e videogames. Entretanto, o jogo em si não é o fenômeno mais interessante. Com a facilidade do streaming, a transmissão de vídeos pela internet, os jogadores gravam suas partidas e disponibilizam-nas na internet. Assim como os vloggers e youtubers, os gamers ganharam visibilidade, não apenas em seu nicho, mas com o público em geral.
Dois dos três livros mais vendidos na Feira do Livro de Santa Maria tratam do tema dos streamers. “Authenticgames – Vivendo Uma Vida Autêntica” consiste em um relato da trajetória do mineiro Marco Túlio em seu canal do Youtube. Homônimo ao livro, o canal iniciou o ano de 2016 com a nada modesta marca de três milhões e meio de inscritos. “De volta ao jogo”, de Rezendevil, psedônimo do autor Pedro Afonso, é um reflexo dos vídeos em que brinca de criar histórias no próprio jogo. No livro, Pedro acorda dentro do mundo de Minecraft e, ao lado de Rezendevil, seu avatar, precisa enfrentar perigos e aventuras.
“Diário de Um Zumbi do Minecraft” é uma série de livros com seis volumes publicados. Com uma narrativa que lembra títulos como Harry Potter, a história trata da vida de um zumbi de 12 anos na escola de monstros, suas dificuldades e aventuras. Único livro estrangeiro, entre os três fenômenos da Feira do Livro, é escrito por um time de autores, identificado como Herobrine Books.
Bateu a curiosidade sobre como funciona este fenômeno adolescente? Então, prepare-se para ver um mundo onde tudo é cúbico. Pegue sua picareta de cristal, encante sua armadura e lembre-se, cuidado com os creepers (criaturas verdes que explodem – quase – sem aviso)!
Assessoria de Imprensa / UNIFRA
Texto elaborado pelo jornalista Guilherme Benaduce
Foto: Vanessa Alves/Laboratório de Fotografia e Memória