OS PROCESSOS CRIATIVOS DE CLARICE FREIRE
‘’Deixa eu fazer poesia também?’’ Esta era a indagação da menina Clarice inspirada pela arte dos pais. Clarice Freire esteve no bate-papo do Livro Livre na noite deste domingo, 29 de abril, mediado pelo publicitário Lucio P. de Moares, do site All-Pop Stuff. Ela relembrou sua infância, na qual cresceu em meio à cultura, pois a publicitária do Recife escrevia com o pai e ilustrava com a mãe.
Ela contou sobre suas influências na criação dos livros Pó de Lua e Noites em Claro, já que vir de uma família de escritores não foi tarefa fácil, pois a mesma, se auto-exigia, perante os exemplos vividos em casa. “Os livros nunca foram estranhos para mim. Eram parte da minha vida”. A escritora refletiu que “a saudade da infância, a casa dos meus avós, tudo isso tá muito presente no meu trabalho”, pois a cultura absorvida durante a sua criação é o ponto que dá personalidade a sua obra.
Clarice contou que aos 14 anos, seu professor de teatro, disse uma frase que a marcou: “você sabe por que a lua é tão bonita? Porque é só pó, assim como eu e você, a gente não é nada, mas a lua na simplicidade dela, se deixa refletir a luz de outro, um outro muito maior do que ela, e por conta disso as nossas noites não são escuras’’. E foi dessas palavras que surgiu a inspiração para o nome de seu primeiro livro – lançado em 2014 – Pó de Lua.
Para o seu segundo livro Noites em Claro, a autora passou por uma fase difícil em sua vida, na qual ficava muitas noites sem dormir, e numa epifania escutando Alceu Valença, sentiu que ela precisava amanhecer, que seu livro precisava amanhecer e ver o sol. Após a publicação desses dois livros, Clarice declara que está trabalhando em um novo projeto para 2019, o qual será um romance. Resta aguardar que ela nos libere mais pós de suas luas!
Texto elaborado pelas acadêmicas Estela Biscaino, Gabriela Gabbi e Valéria Auzani / Jornalismo UFN – Universidade Franciscana
Foto: Aline Gonçalves / Labfem – UFN
Professor responsável: jornalista Bebeto Badke (MTb 5498)