Ambientado em 2070, espetáculo desperta memórias e emociona o público da Feira do Livro

Na tarde deste sábado (7), o espetáculo “Memórias para um Menino dos Anos 2000” foi apresentado na Feira do Livro, trazendo uma experiência cênica envolvente e reflexiva para o público. A peça, encenada pelo Núcleo de Investigação do Corpo e Tecnologias no Theatro Treze de Maio, se passa no ano de 2070 e explora as memórias — doces ou amargas, vivas ou perdidas — que sobrevivem em um futuro incerto. O espetáculo é dirigido por Geison Sommer e Júlia Urach, com Helder Machado como intérprete-criador, e já tem circulado em várias cidades do Estado.

Inspirado no poema homônimo do poeta gaúcho Aparício Silva Rillo, o espetáculo aborda temas como a passagem do tempo, o envelhecimento, o etarismo e a natureza. Júlia Urach, uma das diretoras e responsável pela operação de som e projeção, explicou o enredo da obra: “Esse espetáculo traz uma reflexão sensível e profunda sobre as memórias e a passagem do tempo. Se passa em 2070 e reflete sobre o que vamos deixar para as próximas gerações. Será que a natureza que conhecemos ainda vai existir ou será apenas uma memória?”.

O cenário principal é composto por sacolas plásticas, que simbolizam memórias, assim como o impacto ambiental e as transformações do planeta. Helder Machado, intérprete da peça e bacharel em Dança pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), salientou a importância dessas abordagens. “A peça traz essa pauta da natureza e, principalmente, sobre a perspectiva do idoso, discutindo o etarismo e a busca por manter a memória viva”, conta Helder. 

A apresentação marcou uma mudança significativa para o grupo, que, pela primeira vez, interagiu diretamente com um público infantil. “Essa foi a primeira vez que apresentamos para um público majoritariamente infantil. Foi muito especial, porque as crianças interagem de uma forma única, respondendo às perguntas retóricas, o que altera a dinâmica da peça”, comenta o ator.

A estudante de Artes Visuais na UFSM, Marcele Marin, saiu visivelmente emocionada após a apresentação. “Eu já tinha visto a propaganda online e estava ansiosa para assistir. Foi incrível ver as crianças interagindo. A peça tem um impacto enorme em pessoas de todas as idades, e é emocionante como ela toca as memórias individuais de cada um”, compartilha a academica. 

O espetáculo, com classificação livre, foi descrito como uma experiência tocante e inclusiva, voltada especialmente para famílias. Além de Santa Maria, a peça segue em circulação, com apresentações programadas para Passo Fundo (13/09 e 14/09), Porto Alegre (26/09 e 27/09) e Caxias do Sul no próximo mês. 

Texto: Karoline Rosa – Jornalista (MTb  0021525/RS)

​​Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa  – Assessoria da 51ª Feira do Livro

Foto: Letícia Sarturi