segunda-feira, setembro 16, 2024
Feira do Livro 2024Livro Livre

Arthur de Faria detalha biografias musicais e provoca risadas no Livro Livre  

Nesta segunda-feira (2), o Livro Livre da 51ª Feira do Livro de SM recebeu o músico, arranjador, compositor, jornalista e escritor Arthur de Faria (Confira as imagens na galeria abaixo). O Theatro Treze de Maio estava lotado de apaixonados pelo mundo literário. A conversa foi mediada pelo músico e escritor Gérson Werlang, que incentivou Arthur a falar sobre as biografias musicais que escreveu sobre Elis Regina e Lupicínio Rodrigues. 

O bate-papo começou com o musicista contando sobre o apoio da família, que o incentivou a gostar de música e artistas: “Meu pai, minha mãe e meu avô gostavam muito de música. Meus pais me levavam para shows.  A lembrança mais antiga que tenho é de ir no show do ‘Almôndegas’. Minha família não costumava ouvir rádio, colocavam discos para tocar, gostavam muito de Elis Regina e Milton Nascimento”, relembra o convidado do Livro Livre.

Natural de Gravataí, Arthur começou a tocar violão e compor músicas aos 12 anos. O álbum “Clara Crocodilo”, do compositor brasileiro Arrigo Barnabé, foi um divisor de águas em sua história, pois o incentivou a virar músico. 

O escritor, que é formado em jornalismo, revelou, com uma pitada de humor, que começou a escrever sobre a história da música de Porto Alegre por acaso. “O acaso reina na minha vida. Costumo dizer que o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído. Quando ainda trabalhava como jornalista, produzi grandes matérias sobre a Elis e a banda Liverpool e deixei guardadas. Anos depois, peguei as matérias para lançar os livros, me empolguei e quando fui ver eu tinha 800 páginas escritas”, relata o escritor. 

Na trajetória, Arthur escreveu volumes de relevância para os cenários musical e literário: “Elis: Uma Biografia Musical”, “Porto Alegre: uma biografia musical” e “Lupicínio: Uma biografia musical”. Para produzir os livros, o autor utilizou de entrevistas que fez nos anos 90. 

As obras não deixaram de ter um embasamento histórico aprofundado e muita pesquisa. Inclusive, o livro de Lupicínio é fruto da tese de mestrado do autor, que queria produzir um trabalho que dialogasse com o público fora da universidade. 

“Gosto de chamar de biografia musical porque quando lia livros de biografia de músicos sentia falta de conteúdo sobre as músicas. As biografias falavam muito sobre outras partes da vida dos cantores e eu queria me aprofundar sobre as canções. Tentei escrever em uma linguagem que não afaste as pessoas ou que só pessoas da academia entendessem”, explica Arthur. 

O escritor contou à plateia boas histórias sobre a vida de Elis e Lupicínio e comentou sobre o que estava por trás das principais músicas desses ícones. O autor mencionou que o cantor morou em Santa Maria: “A música ‘Felicidade’, um grande sucesso dele, foi composta aqui na cidade. Foi aqui que ele conheceu o grande amor da vida dele, a Iná, com quem namorou durante cinco anos e noivou”. 

Arthur também compartilhou de forma profunda sobre algumas vivências de Lupicínio e relatou episódios dramáticos da vida pessoal de Elis. A narração do autor, combinada com seu humor, conseguiu entreter a todos. A cada história, ouvia-se uma nova risada na plateia.

O musicista ressaltou que é complicado escrever uma biografia por conta dos diferentes depoimentos: “É um grande desafio, as pessoas mentem muito. O Lupicínio contava a mesma história de um jeito diferente, ele adorava criar uma autoficção. Outro desafio quando se vai biografar é tentar ficar isento.” 

 

 

Texto: Heloisa Helena Canabarro (Mtb: 21.562)

​​Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa – Assessoria 51ª Feira do Livro de SM

Fotos: Ronald Mendes