VIVÊNCIAS DA SANTA MARTA PARA A PRAÇA
Na tarde desta segunda, 29, a Feira recebeu as professoras e alunos da escola estadual Santa Marta, para apresentar o projeto ‘Dilema de Adolescentes, Heróis de vilões. O livro tem a participação de 11 alunos da instituição que abordam temas muito presentes na adolescência, como depressão, gravidez, pressão para entrar em uma faculdade, falta de oportunidades e vivências do dia a dia. Os alunos tiveram a liberdade para escrever sem pudor ou julgamento. No projeto inicial era 25 estudantes, porém foram selecionados apenas 11.
A professora de história Flávia Prestes, foi a idealizadora do projeto, que começou em abril . Segundo ela, a iniciativa foi para incentivar os alunos o hábito da leitura e também melhorar a autoestima: “A maioria dos estudantes daqui, não são incentivados a ler. Acredito que vindo na feira divulgar um livro da autoria deles, autoestima dos alunos vai crescer e muito, eles vão acreditar mais em si’’.
A aluna Janaine Lemos, 17 anos, está no terceiro ano do ensino médio e sonha em cursar Medicina, Ela escolheu escrever sobre depressão, pois segundo a mesma, é um tema atual que cada vez mais está presente na vida dos jovens: ‘’Tenho depressão, antes era mais forte, hoje em dia é mais contida, com esse livro pude me expressar de forma anônima, sobre problemas graves e vivências do passado. Meus familiares são tranquilos, mas eu me pressiono muito sobre a minha profissão no futuro’’, revela a garota.
Dieferson Teuchen de 17 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio. Ele pensa em fazer Psicologia e afirma que tem esse incentivo em casa. Para ele, o diferencial do livro foi a troca de experiências com os colegas, se colocar no lugar dos outros, saber como o companheiro de classe está e quais são os problemas que se passam ao seu redor.
A diretora da escola, Gleide Vargas acha que os alunos tiveram uma nova experiência. Ela se chocou com alguns depoimentos dos estudantes, sobretudo com as referências de bullyng e problemas que lhes afligiam. ‘’A maior dificuldade foi achar um espaço para eles produzirem o livro, a escola é bem precária e o espaço é minúsculo. Eles não tinham muitos recursos e mesmo assim conseguiram entregar no prazo, isso já é um incentivo e mostra que são capazes. É bom ver uma notícia positiva de nosso bairro, porque sempre divulgam coisas ruins, isso aumenta a autoestima dos estudantes”, avalia a diretora.
Texto elaborado pelo acadêmico de Jornalismo da UFN Felipe Monteiro
Foto: Laura Gomes /LABFEM/UFN
Professor responsável: jornalista Bebeto Badke (MTB 548)