O GAROTO QUE LIA COM AS MÃOS

Há quem diga que só é possível enxergar com os olhos, mas esta é uma visão muito equivocada. A prova disso foi a oficina que aconteceu no começo desta tarde na Feira, em frente ao ônibus da leitura. A atividade foi ministrada pelo estudante de pedagogia da UFSM Daverlan Della Lana, de 24 anos. Ele ensinou para um grupo de crianças que o assistia com os olhos brilhando, que é possível ler com as mãos através do alfabeto em Braille. Daverlan ensinou como os deficientes visuais fazem para lerem seus livros. E no fim, contou uma história para a garotada utilizando um livro adaptado para cegos. “Eu fiquei cego aos 8 anos de idade e a partir disso descobri que temos outros sentidos além da visão, como o tato, por exemplo, que me possibilita a leitura hoje”, comenta. Ele disse que se sentiu realizado com reação das crianças na oficina: “foi muito legal vê-las interagindo e descobrindo uma nova forma de leitura, fico feliz em poder ensinar que, mesmo os cegos conseguem levar uma vida normal”.

A oficina foi um projeto piloto, segundo uma das organizadoras, a professora Renata Canabarro. “Esta atividade não estava na programação da Feira, mas decidimos fazer mesmo assim, pelo potencial de inclusão que ela carrega”. Segundo Renata, existe uma intenção de dar continuidade a esse modelo de oficina nas próximas Feiras, com o objetivo de atrair mais crianças e promover a inclusão.

Entre as crianças, estava Maira de apenas nove anos. Ela a fechou os olhos para tentar adivinhar as letras no livro em Braille. “Eu gostei muito, também quero aprender a contar histórias em Braille como o profe fez pra nós”.

Braile

Oficina inclusiva mostrou a leitura em braile para as crianças. (Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM-UNIFRA)

Texto elaborado pelo acadêmico de Jornalismo Gilvan Ribeiro/Unifra

Prof. responsável: Jornalista Bebeto Badke (MTB 5498)

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