LER COM AS MÃOS E OS OUVIDOS

A praça recebeu na tarde desta segunda-feira, 29, o projeto Leitura Inclusiva para pessoas com Deficiência Visual, com a realização do Grupo de Trabalho do Rio Grande do Sul, com sedes em Porto Alegre e em Santa Maria. O Grupo de Trabalho é uma rede de leituras criada pela Fundação Dorina Nowill para cegos, localizada em São Paulo

O projeto foi organizado pela Associação de Cegos e Deficientes Visuais (ACDV), Secretaria Municipal de Educação (SMED), projeto Cegueira e Baixa Visão (UFSM) e Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Santa Maria.

Através das vozes dos leitores Daverlan Dalla Lanna e Arlete Priscila Costa da Rosa, ambos deficientes visuais, foram contadas as histórias “O menino que via com as mãos” e “Abraço de urso”. Após a contação de histórias, Marli Schimdt, professora e presidente da ACDV, explicou por quem foi criada a linguagem em braille e as suas utilizações nos dias de hoje.

Inclusiva

Cristina Strohschoen dos Santos, arquivista na UFSM, é uma das coordenadoras e relata que o objetivo do projeto é disseminar a leitura inclusiva e conscientizar. O projeto abrange não apenas os cegos, mas também as pessoas com baixa visão. Cristina ressalta a importância de nos conscientizarmos sobre a deficiência para que possamos perder o medo de como agir e o preconceito que existe.

Familiarizada com a leitura inclusiva e o braille, Tânia Lopes, professora aposentada, costumava ler para um deficiente formado em literatura espanhola na antiga Casa de Cultura, localizada na praça Saldanha Marinho. Autora de seu próprio livro em braille, “Tixa Lagartixa Bailarina”, Tânia afirma a importância da leitura inclusiva e que isso envolve afeto e sentimentos tanto para que lê quanto para quem ouve.

A plateia contou com a presença das escolas Pão dos Pobres, Adelmo Simas Genro e Maria de Lourdes Castro, além do público em geral. Antônia Lima, professora de uma turma de primeiro ano do ensino fundamental na escola Adelmo Simas Genro, destaca a importância de buscar conhecimento sobre a leitura inclusiva e o braille para ter noção de como trabalhar e entender essa limitação. A professora que ganhou o seu primeiro aluno deficiente visual neste ano está se readaptando na forma de ensinar.

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O projeto finalizou com uma oficina para que aqueles que quisessem experimentar por alguns instantes como é viver com uma limitação visual através do uso de uma venda nos olhos.

Texto elaborado pelo acadêmico de Jornalismo/UFN Gabriel Leão
Foto: acadêmica de Jornalismo/UFN Mariana Olhaberriet/LABFEM
Professor responsável: Jornalista Bebeto Badke (MTb 5498)