Do processo criativo ao meio literário: Aline Bei compartilha vivências no Livro Livre

“Acessibilidade”. Uma palavra que define a convidada para o Livro Livre da noite de domingo, 08 de maio, no Theatro Treze de Maio. Nascida em São Paulo (SP), Aline Bei se destacou no cenário nacional pela forma como trata o público, sempre com muita atenção, uma característica que a acompanha desde o lançamento de “O Peso do Pássaro Morto”, o seu primeiro trabalho, publicado em 2017.

Na ocasião, sem contar com a estrutura de uma grande editora, Aline recorreu a interação com os seus seguidores no Instagram para alavancar o trabalho, uma estratégia que deu certo e lhe rendeu dezenas de milhares de exemplares vendidos. Ela destacou a importância de os escritores descerem do que definiu como “torre de marfim”, buscando um contato humanizado com o seu público: “Se a gente coloca um livro no mundo, ele vai gerar alguma coisa nas pessoas, então existe uma responsabilidade emocional. Eu me sinto totalmente responsável por isso, o contato com o público sempre foi natural”.

A autora premiada, Aline Bei, foi a convidada do Livro Livre deste domingo – Foto: Patrício Freitas

Oriunda do teatro, paixão que começou a praticar logo aos 14 anos de idade, Aline pontuou que a experiência adquirida escrevendo roteiros para peças foi um grande diferencial na linguagem de suas obras. Além disso, ela também atribui a exposição nos palcos como algo primordial para aliviar a timidez e facilitar a divulgação de seus textos ainda no tempo da universidade, quando participava de saraus e publicava regularmente na revista acadêmica do curso de Letras da PUC-SP.

Na sequência, a autora revelou um hábito no processo criativo, a escrita manual: “O computador começou a me dar uma angústia muito grande, porque ele é frio (…) então, em um momento um pouco desesperador do meu processo criativo, eu passei a escrever em cadernos, até porque muitas vezes nos surge uma frase, que se a gente não anota na hora, depois não dá mais para encaixar. Eu sempre carrego um caderno na bolsa, inclusive trouxe um para Santa Maria”.

Aline ainda aproveitou o espaço de fala para pedir que as pessoas abrissem cada vez mais as suas prateleiras para as mulheres que trabalham como autoras e editoras, visto que o mercado literário ainda é dominado por homens. Ela destacou que todos os seus livros foram editados por mulheres. Para encerrar o bate-papo, Aline Bei respondeu a diversas perguntas feitas pelo público, desde questionamentos sobre como ela lida com críticas sobre a estrutura de seus textos até perguntas sobre a história de vida.

Assessoria de Imprensa: acadêmicos de Jornalismo da Universidade Franciscana
Texto e fotos: acadêmico Patrício Freitas
Professor responsável: Jornalista Bebeto Badke (MTb 5498)
Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTb 16.365) – Feira do Livro de Santa Maria