EM HOMENAGEM À FEIRA, TURMA DO CAFÉ RETRATA O ANO DE 1973

Uma turma, um ano e muitas histórias. Na tarde de hoje (5), foi lançado o livro “1973 – um ano que conta”, publicação coletiva da Turma do Café. O grupo, que lança seu 21º  livro, retorna à festa literária com uma obra que traz, em sua construção, o simbolismo das 50 edições da Feira do Livro de Santa Maria.

O livro de contos consolida-se na tradição e comprometimento da turma em construir uma narrativa literária santa-mariense. Assinada por Antônio Cândido Ribeiro, Carlos Rangel, Francisco Ritter, Orlando Fonseca, Raul Maxwell, Ronaldo Lippold, Tânia Lopes e Vitor Biasoli, a obra atravessa o ano de 1973 mesclando as vivências pessoais dos personagens com as realidades históricas da década perpassada. 

O professor e escritor Orlando Fonseca revela a longeva relação da Turma do Café com a Feira do Livro de Santa Maria.

“A Turma do Café já tem nas últimas edições mantido uma temática. E este ano a gente pensou, já que tem uma feira, 50 anos. Então nós pensamos em 1973, que todos nós estávamos lá. Uns mais novos, outros mais velhos, mas todos nós estávamos lá. Então pensamos em escrever justamente para homenagear a Feira. Boa parte de nosso grupo tem passagem como patrono da Feira do Livro de Santa Maria. Embora todo mundo tenha outras atividades, estamos muito ligados ao fazer literário. E para onde levamos a grande narrativa da cidade? Para a Feira. A Feira é o grande espaço privilegiado para isso. Para nós todos tem um valor afetivo muito grande”, conclui Orlando.

A turma, que traz em sua denominação a ideia de coletividade, estende sua relação cultural aos seus leitores e à cidade de Santa Maria, conforme constatação do advogado e escritor Antônio Cândido Ribeiro.

“Ao longo de mais de 20 anos de parceria, nem todos participaram de todos os momentos e todos os livros, mas, incrivelmente, tem um núcleo que permanece. Eu acho que é isso que faz as coisas acontecerem. Se tratando de uma cidade de interior como a nossa, que tem uma produção cultural espantosa, normalmente essa produção resulta de atividades coletivas. De parcerias como a nossa, da Turma do Café”, ressaltou o advogado.

O escritor também falou sobre como foi o processo criativo de histórias através de vivências pessoais.

“Foi um exercício espetacular. Cada um com suas peculiaridades faz um mergulho introspectivo. Mesmo a produção ficcional tem um pé na realidade. Especialmente numa ocasião como essa, em que a gente tinha como referência os 50 anos da Feira do Livro”, conclui Antônio Cândido.

Já para Tania Lopes, escritora e artista plástica, o ano de 1973 carrega em si um registro ainda mais especial. No conto “Saudades de 1973”, é a sua chegada à Santa Maria que é narrada em “Reminiscências”.

“Eu cheguei em Santa Maria em 8 de março de 1973. Eu vim grávida e trazia junto das coisas de neném, poesias e contos meus. Eu dizia para a minha mãe que ainda iria fazer um livro. Eu adotei Santa Maria e Santa Maria me adotou. Tudo encadeou. Essa parte [do conto] saiu fácil, é uma memória constante e gratificante”, reconhece Tania. 

 “1973 – um ano que conta” pode ser encontrado na banca da editora Memorabilia.

Foto e Texto: Nathália Arantes – acadêmica de jornalismo da UFN

Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa