PALHAÇA E POETA CANTADOR PERCORREM MUSEUS CURIOSOS NO LIVRO LIVRE

Você já ouviu falar de um museu de botão? E de um museu destinado ao vento? Esses e outros acervos curiosos fazem parte do espetáculo “Museu Desmiolado”, apresentado hoje (3), no Livro Livre, realizado no Theatro Treze de Maio. Inspirado em livro homônimo de autoria de Alexandre Brito, a apresentação conta com a participação do escritor e da atriz Maura Souza, que dão vida aos personagens Alexeiev Britovsky e Ema Ame, respectivamente.

A apresentação da quarta noite de Livro Livre abordou a temática museológica através de canções, poemas e palhaçaria. Com muita música, o público interagiu cantando e reproduzindo coreografias ensinadas pelos personagens, enquanto esses percorriam os mais diferentes e desmiolados museus em palco.

Acompanhada da afilhada e de amigos, a engenheira civil, Janaina Retore, saiu da apresentação em busca do livro de Alexandre.

“Eu achei o espetáculo super interessante, teve rimas maravilhosas e as crianças se divertiram muito. A musicalidade também foi muito boa e a apresentação foi muito interativa.Com certeza as crianças vão querer [a partir da apresentação] querer saber o que é um museu, por qual motivo ele existe e o que pode existir num museu”, destaca a engenheira.

A apresentação também contou com público que já conhecia o trabalho da Trupe Onde a Palavra se Diverte, como foi o caso da trabalhadora doméstica Marli Rosane da Silva Schultz.

“Eu achei bem interessante. Gostei de tudo. Já tinha assistido a apresentação em outra oportunidade. Hoje foi um reencontro e eu gosto muito de interagir. Acho que qualquer tipo de espetáculo de teatro é muito interessante, em todos os aspectos. Eu gosto de interagir, acho muito importante essas apresentações hoje em dia”, elogia Marli.

Após a apresentação, Alexandre recebeu a equipe da Feira do Livro e compartilhou suas experiências artísticas e, também, como está sendo se aventurar pelo mundo da dramaturgia.

Essa apresentação é um mergulhar na surpresa. Para mim foi um desafio muito grande este processo de construção dramatúrgica do espetáculo. Foi a partir do olhar da atriz e diretora de teatro, Márcia do Canto, que ele começou a ganhar um desenho de um espetáculo realmente, com uma construção dramatúrgica. Antes desse espetáculo, existe o Alexandre poeta, compositor, que sobe no palco e toca suas canções, mas eu não tinha experimentado ainda este outro lugar que é tu vestir uma outra persona”, revela o escritor.

A escolha pela temática museológica se traduz das memórias da infância do poeta. O Museu Desmiolado surge da lembrança de uma caixa repleta de botões que sua avó Cândida guardava com esmero. Com uma diversidade tão grande de botões, ao se deparar com suas recordações, o já adulto Alexandre se deparou com a compreensão de que aquilo se tratava de um museu de botões. Mas essa não é a única memória dos tempos de criança que o aproximou do tema. Um certo museu e uma certa bota de gigante formaram o artista de hoje em dia.

“A minha arte é filha do museu, do Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Eu lembro da primeira vez que fui lá com a escola e eu dei de cara com a bota do gigante. Para mim, que era pequeno, ela era muito maior do que representa hoje. Aquilo foi um nó na minha cabeça. O impacto que ela exerceu em mim, ao ponto que eu digo que todo poema é uma bota de gigante. De certa maneira eu busco que cada poema consiga exercer esse impacto e potência que a bota do gigante causou em mim”, relembra Alexandre.

Na quinta-feira (4), o  Livro Livre segue com exibição do documentário ‘’Nova Santa Marta: Cidade de Lona”, produzido pela TV OVO. Os ingressos gratuitos estão disponíveis para retirada na bilheteria do Theatro Treze de Maio.

Fotos: Ronald Mendes

Texto: Nathália Arantes – acadêmica de jornalismo da UFN

Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa