NOITE GAÚCHA E BRASILEIRA
Gaúcho Brasileiro fala um pouco de Ricardo Freire, Ângela Gomes, Tuny Brum, Sérgio Rosa e, por que não, sobre cada um daqueles que assistiram ao espetáculo desta noite de sexta, 29. Como diz Ricardo Freire, músico e idealizador do projeto, “Gaúcho é Brasileiro porque trata de outros povos, de outras culturas. Somos um país em meio a tudo isso, mas com o nosso sotaque e a nossa personalidade. Somos vários em um só diálogo”.
Nos palcos desde 2010, o projeto resgata a música sulina de raiz, nascidas nos anos 50 e indeléveis apesar das mudanças geradas, sobretudo, a partir da década de 90: “Embora hoje a linguagem seja outra, múltipla, as músicas que selecionamos são inesquecíveis, que fluem e falam sobre o gaúcho com linguagem simples semelhante à vida do homem do campo, por isso são ricas e indestrutíveis, nos acompanham sempre”, explica Freire. À frente do espetáculo infantil Pandorga da Lua, ele sublinha o motivo que leva ambas as iniciativas ao sucesso: “Trabalhamos as músicas do jeito que a gente gosta. Com respeito, mas, principalmente, com o nosso sabor. Nossos anseios são sinceros e resultam no sucesso do nosso trabalho. Com isso, as portas se abrem de maneira natural. As crianças também nos ensinam vida, a expressar e pôr isso para fora”.
Ricardo Freire fala sobre a música e sobre seu entusiasmo com carinho e gratidão. Explica que sua arte transmite para o público aquilo que sentiu ao descobrir que as tradições do Rio Grande mudariam seu destino. Incerto, Freire não garante os sentimentos de quem ouve, mas afirma que com verdade é mais fácil passar as emoções adiante. “Faço aquilo que acredito, tenho responsabilidade comigo. Não espero agradar ninguém. Mas sei que o que é verdadeiro conquista naturalmente. É o que rege nosso trabalho”.
No palco, junto com nostálgico projeto cênico e os dançarinos Marina Lara e Matheus Neves, um rádio à válvula antigo também contava história. Sérgio Rosa, acordeonista, fala sobre a riqueza gravada naquele caixote de madeira: “dali saíram as músicas que escutava desde pequeno. Aos 13 anos ganhei minha primeira gaitinha e tocava o que ouvia naquele rádio. Ele atravessou gerações e hoje está comigo contracenando no palco. Me emociono ao saber ambos, música e rádio, estão ao meu lado até hoje”.
Assessoria de Imprensa – UNIFRA
TEXTO: jornalista Rúbia Keller
FOTO: Laboratório de Fotografia e Memória/Rodrigo Souza
PROFESSOR RESPONSÁVEL: jornalista Bebeto Badke (MTB 5498)