CANELLAS, O PATRONO ANDARILHO
Depois do Homem da Mala Azul, Mauricio Leite, desta vez coube ao Patrono da Feira do Livro , Marcelo Canellas, contar um pouco de sua trajetória aos adolescentes do Colégio Humberto de Campos, que fica no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), em Santa Maria. Esta foi mais uma das tantas visitas realizadas pelo jornalista, que mostrou reportagens marcantes de sua carreira e conversou com os internos na manhã da última segunda-feira e na tarde desta terça. A visita é uma das atividades da Feira do Livro que se espraia para além da praça Saldanha Marinho.
Ele introduziu a temática de suas reportagens fazendo uma alusão às ostras. “Nem todas as ostras fazem pérolas. Só fazem pérolas as que têm um grão de areia que as faz sofrer. E quero mostrar a vocês algumas pessoas que são ostras. Que conseguiram fazer do sofrimento algo bonito”, disse o jornalista a uma das turmas.
Entre as reportagens mostradas, uma delas conta a história de Ravena, uma jovem envolvida no tráfico de drogas que viu sua vida mudar depois de conhecer um professor de Matemática que acreditou em seu potencial. A outra matéria contou a história de um interno da Fundação Casa, de São Paulo, que venceu a Olimpíada de Língua Portuguesa escrevendo um poema sobre a liberdade. A última reportagem exibida por Canellas nada tinha a ver com a realidade dos meninos internos, mas traz uma história de esperança e reciclagem: um grupo de catadores de lixo que criou uma orquestra de reciclados. “ À medida que vamos fazendo bobagens na nossa vida, vamos deixando lixo. Mas a lição é que, desse lixo, é possível tirar algo que produza beleza”, refletiu Canellas com os meninos após a exibição da matéria.
O jornalista ainda estimulou os adolescentes a acreditarem em si mesmo e correr atrás de seus sonhos.“Na minha concepção, o primeiro a não acreditar em vocês é o Estado brasileiro, pois está na Constituição que nossas crianças e adolescentes são prioridade, e sabemos que não acontece. Outros também não acreditam em vocês, como talvez a sua família, a sociedade, os agentes. Mas os únicos que precisam acreditar são vocês mesmos”, refletiu Canellas.
Na turma de terça-feira, dois internos apresentaram um rap ao jornalista como forma de agradecimento à visita, e ainda o entregaram uma toalha feita pelas mãos dos próprios adolescentes.
Cobertura especial: Liciane Brun / Veleiro Conteúdo Criativo
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