FEMINISMOS, MÍDIA E SUBJETIVIDADES, UM DIÁLOGO COLETIVO
Fruto de um projeto coletivo, foi lançado, na tarde desta segunda-feira (08), o livro “Feminismos, mídia e subjetividades’’ na Praça Saldanha Marinho. A obra possui organização de Milena Freire de Oliveira-Cruz, Raquel de Barros Pinto Miguel e Soraya Barreto Januário.
A obra traz textos de pesquisadoras e pesquisadores de todo o Brasil, participantes do Simpósio Temático do Seminário Internacional Fazendo Gênero 12: lugares de fala, direitos, diversidades e afetos. Os 13 artigos abordam a mídia e os feminismos em contatos analógicos, digitais e de convergências midiáticas. A pesquisadora Milena Freire de Oliveira-Cruz revela como deu-se o processo de criação do livro.
“Essa obra é fruto de uma parceria que nós estabelecemos com duas colegas, Raquel, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Soraya, da Universidade Federal de Pernambuco. Nós coordenamos um simpósio temático num evento internacional, o Fazendo Gênero. Nesse simpósio nós fizemos uma chamada de trabalhos para discutir a questão do feminismo dentro dos diferentes suportes midiáticos, das diferentes leituras, perpassando também o modo como as pessoas se apropriam desses discursos e como efetivamente os movimentos feministas têm-se fortalecido a partir das redes”, explica.
A pesquisadora também comentou a importância de um trabalho coletivo abarcar pesquisadores de diferentes localidades.
“Se pensarmos os movimentos feministas, em sua essência, temos que procurar a expansão e a troca, em especial. É um movimento que é coletivo e essa coletividade se dá justamente a partir do reconhecimento da universidade, como instituição de pesquisa e ensino, que só funciona se fizer interlocução com a sociedade. À medida que a gente tem mais de dez instituições envolvidas entre atores, a gente tem a intenção de expandir o diálogo com outras regiões e instituições”, conclui Milena.
Carolina Farneze, uma das autoras do capítulo ‘Maternidade preta, sapatão e da quebrada: entrelaçamento de marcadores de diferença em narrativas em si no Instagram’, comentou sobre as narrativas da maternidade nas redes sociais a partir de locais não-hegemônicos.
“A pesquisa começou dentro de uma inquietação nossa de pensar discursos não-hegemônicos nas redes. Vamos começar a puxar os marcadores, que são a sexualidade, geolocalização, raça, social, de classes. Debatemos como a comunicação entra nesse espaço e como as pessoas começam a fazer uso desses espaços para se fazer sujeito no mundo”, explica a pesquisadora.
Ao ser questionada quanto a importância de um debate sociológico na comunicação, Carolina fala da necessidade de se ocupar espaços.
“São espaços que precisamos ocupar. De uma forma ou de outra a gente ainda tem na ciência um olhar muito masculino que não contempla outros olhares. Eu, mulher e mãe preciso estar no espaço e preciso reivindicar novos olhares, novas formas da gente pensar e fazer ciência”, conclui.
‘Feminismos, mídia e subjetividades’ é produzido através do Edital de Fomento à Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria e foi distribuído gratuitamente durante o lançamento. Para conferir a versão em pdf, acesse aqui.
Foto e Texto: Nathália Arantes – acadêmica de jornalismo da UFN
Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa