A LUTA ANTIRRACISTA MARCOU O LIVRO LIVRE DESTA SEGUNDA

O espetáculo Sankofa finalizou a noite no Theatro Treze de Maio desta segunda-feira (01), com música, dança e interação com o público no Livro Livre. A apresentação, que reuniu diversos artistas, homenageou o 20° aniversário da publicação do livro “Os Problemas de Júnior” da escritora santa-mariense Maria Rita Py Dutra. 

A história foi publicada pela primeira vez em 13 de maio de 2003, coincidindo com a data do Centenário da Sociedade Cultural Ferroviária Treze de Maio, hoje denominada Museu Treze de Maio (MTM). Sankofa significa “nunca é tarde para voltar e apanhar o que ficou para trás”. E foi assim que Maria Rita trouxe sua voz e luta ao palco do Theatro. 

“Não é por acaso que estamos aqui, eu também acho que as pessoas que estavam presente não foi por acaso. A gente tem uma missão a cumprir e nessa pauta do racismo nós ainda temos muito a dizer. Eu senti uma reciprocidade do público e isso significa que precisamos manter a esperança de continuar com essa pauta, enfrentando sempre. Estou muito feliz!”, comenta a escritora. 

O espetáculo contou com expressão corporal,  música e literatura, incluindo trechos de obras das escritoras negras  Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus. O público também foi convidado a compor uma música coletiva com o título “Os Problemas de Júnior”.

“Quando se fala de Maria Rita Py, para nós negros, é um motivo de orgulho. Ela é uma voz que representa muito de nós, através da literatura, através da fala e palestras. Dia 20 de novembro eu tive a oportunidade de debater com ela no palco do Theatro Treze, então sempre vou ao encontro de homenagens a Maria Rita Py, com muito orgulho”, declara o músico e compositor Dilber Alonso, que motivou a plateia a criar uma bossa a partir da obra da homenageada.

E a principal inspiração do livro subiu aos palcos, Júnior, neto de Maria Rita, a homenageou cantando a música 14 de maio de Lazzo Matumbi, em formato de samba. Exaltando a escritora e demonstrando seu orgulho, o neto fez a avó se emocionar. 

“É uma honra homenagear minha avó. O que eu passei me incentivou a me conscientizar da negritude desde jovem, é uma causa social em que toda pessoa negra ou parda deveria lutar. É um trabalho como negro se aceitar como pessoa negra e aprender o seu lugar na sociedade, além de lutar pelos seus direitos”, declara Jeverton Júnior, a inspiração do livro “Os problemas de Júnior”. 

 

Fotos: Ronald Mendes

Texto: Vitória Gonçalves – acadêmica de jornalismo da UFN

Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa