VERBETES PANDÊMICOS: TRABALHO COLABORATIVO VISA ACESSO À INFORMAÇÃO
Aglomeração, assintomático, barreira sanitária, negacionismo e desigualdade. Essas palavras, por acaso, te lembraram de algo? Se a resposta foi pandemia de coronavírus, está correta. Na tarde de hoje (4), ocorreu o lançamento do livro “Vocabulário da Pandemia do Novo Coronavírus”, organizado por Verli Petri, Marcia Ione Surdi e Robson Severo.
O dicionário pandêmico, que surgiu através de pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos Palavra, Língua e Discurso (Pallind) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresenta verbetes com definições através do que têm circulado em veículos da imprensa nacional escrita no espaço digital, desde 2020. Coordenado pela pesquisadora e professora Verli, que viu no cotidiano de pandemia a importância de abordar os novos sentidos, o projeto resultou em um vocabulário com 67 verbetes.
“O ano de 2020 foi muito difícil e a gente começou a fazer as reuniões online. Todas as reuniões que fazíamos a gente falava sobre a pandemia. Então a gente resolveu trazer isso para a pesquisa. Começamos a elaborar, ver os verbetes que a gente via necessidade de definir pois estavam mudando de sentidos. A pandemia trouxe alterações de sentidos. Felicidade antes da pandemia era um sentido, agora passou a ter outro sentido. Quarentena era quarenta dias, depois passou a ser quinze dias, dez dias, sete dias e hoje são 5 dias. Então, mudou muito o sentido das palavras e a gente foi construindo isso juntos”, conta a professora.
Com o intuito de possibilitar o livre acesso à informação segura e de qualidade, a publicação contou com participação de pesquisadores de outras universidades do país, sendo elas: Pontifícia Universidade Católica – Minas, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Instituto Federal Santa Catarina, Instituto Federal Farroupilha, Universidade Federal do Paraná, Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Universidade Federal do Pampa, Universidade Federal da Fronteira Sul e Universidade de Santa Cruz do Sul.
O recorte do vocabulário temático e digital, produzido em linguagem coloquial, tem sido disponibilizado no site da UFSM em colaboração com o observatório de Informação em saúde. Durante o lançamento, Marli revela que na última semana um novo verbete foi acrescentado ao vocabulário online.
“Só nesta semana nós tivemos coragem de publicar o verbete genocídio. Foi um verbete que a gente construiu mas era muito doloroso para todos. Quem quiser conferir, genocídio agora também é um verbete da pandemia”, recomenda a pesquisadora.
Financiado pelo edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o livro foi distribuído gratuitamente durante o lançamento. Quem quiser pode conferir o Vocabulário da Pandemia do Novo Coronavírus (online) aqui.
Fotos e Texto: Nathália Arantes – acadêmica de jornalismo da UFN
Jornalista responsável: Letícia Sarturi (MTB 16.365) – BAH! Comunicação Criativa